Escola Básica e Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima (Aveiro)

Escalão: 2º Escalão: a partir do 2º ciclo até ao ensino superior

Memória descritiva:

“A minha Floresta em tecido” O tema do ano 2017-2018 para o desafio “Criar com estilo” proposto pela H. SARAH Trading, Lda é “A Minha Floresta em Tecido”. Este desafio criativo foi aceite pela professora Lúcia Seabra, de Educação Visual, que dinamizou o trabalho com alunos do 7.º ano, turma E. O desafio previa a personalização de um pedaço de tecido inspirado nas florestas de Portugal. A ideia era ver representada uma árvore autóctone característica da região onde a escola está situada e, em pormenor, um elemento da própria árvore (folha, fruto, flor ou semente). A abordagem ao tema foi feita a partir da noção de floresta autóctone de Portugal e do estudo de algumas espécies de árvores nativas, tais como, o medronheiro, Arbutus unedo; o carvalho português Quercus faginea ; o castanheiro Castanea sativa ou o sobreiro Quercus suber. Pensando numa árvore autóctone característica da região de Aveiro, conforme solicitado, estudaram-se espécies mais ribeirinhas como, por exemplo, os salgueiros, os pilriteiros, os amieiros, que se encontram muito no Baixo Vouga Lagunar, constituindo um tipo de mosaico rural denominado “Bocage”. Trata-se de um ecossistema em estrutura de campo fechado com vegetação arbórea e arbustiva, limitando campos de cultivo, pastagens, pousios e linhas de água. Todo este reticulado possui um elevado potencial biológico. No Baixo Vouga, podemos encontrar o mais extenso e genuíno “Bocage” do território português. Os alunos, depois de analisar as várias opções, decidiram representar o AMIEIRO - Alnus glutinosa (L.) Gaertner - por ser, para eles, uma espécie menos conhecida e assim, se revelar uma oportunidade de a descobrir. Também a abordagem realizada às suas inflorescências e infrutescências, foi apelativa ao sentido estético do trabalho. Os alunos desenharam várias árvores/ folhas/ inflorescências/ infrutescências de amieiros, tendo ocorrido uma seleção prévia, com o objectivo de servir de base à elaboração do trabalho criativo, reutilizando tecidos para a sua execução. Fizeram a transferência do desenho para o(s) tecido(s) utilizando papel químico. Foram utilizados os seguintes materiais: tecidos de antigas cortinas, cola e tintas acrílicas de tonalidades consideradas adequadas a evidenciar as características da espécie botânica considerada. No âmbito do trabalho realizado, e atendendo aos materiais a utilizar, os alunos tiveram oportunidade de ver, com um olhar diferente, os objectos criados com tecidos que tinham perdido a sua utilidade original. Foi muito bom sentir o entusiasmo e dedicação dos alunos na execução da tarefa. Embora tenham saído da sua zona de conforto, superaram com empenho as dificuldades que foram surgindo. Acerca das características do amieiro e a partir de informação fornecida pelo Dr. João Ezequiel, da Universidade de Aveiro: “O amieiro é uma árvore com até 25m de altura, da família Betulaceae (a mesma da aveleira e do vidoeiro). Possui folhas simples, caducas, com forma ovada, dentadas na margem. O amieiro floresce no final do Inverno ou início da Primavera, possuindo inflorescências masculinas e inflorescências femininas na mesma árvore. Os frutos (infrutescências) lembram pequenas pinhas, sendo inicialmente verdes e ficando escuras quando maduras. As sementes são de muito pequena dimensão, sendo dispersas pelo vento. É uma árvore muito comum nos bosques ripícolas, do Baixo Vouga Lagunar. É uma árvore muito usada para estabilizar as margens de valas ou rios. O amieiro pode colonizar solos pobres, devido a associação simbiótica com bactérias nitrificantes. Esta simbiose, semelhante à que ocorre com diversas espécies de leguminosas (como o trevo e o tremoço), permite ao amieiro contribuir para o enriquecimento em azoto, dos solos onde habita.”